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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ESPECIAL: A Trindade Distópica.

O estilo mais célebre e aclamado de ficção científica, distopia (ou antiutopia) é, basicamente, uma "utopia negativa" - futuros ou sociedades alternativas caracterizadas por totalitarismo, autoritarismo e opressão. São usadas pelos escritores como avisos ou sátiras, mostrando os piores aspectos da sociedade e das pessoas.
Com séries como Jogos vorazes, de Suzanne Collins, e Feios, de Scott Westerfeld, a distopia caiu no gosto dos jovens. Se você adora futuros alternativos e sociedades opressoras, vale a pela conhecer os três livros de ouro da ficção científica distópica, conhecidos como A Trindade Distópica. Você já ouviu falar deles - o que está esperando para lê-los?

Admirável mundo novo, de Aldous Huxley (1932)
No futuro criado por Huxley,
as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamentea viverem em harmonia com as leis e regras sociais, em uma sociedade organizada por castas. Qualquer dúvida ou insegurança dos cidadãos é dissipada com o consumo da droga sem efeitos colaterais "soma", que mantém a aparente felicidade e tranquilidade. Não existe o conceito de família e as crianças são educadas dentro do sistema desde o nascimento, através, por exemplo, de mensagens que escutam enquanto dormem. Fora dessa sociedade controlada, porém, existem os chamados "selvagens" - semelhantes às atuais reservas indígenas -, grupos que vivem mais de acordo com os modos de nossa realidade.
Bernard Marx, da sociedade "civilizada", encontra dois selvagens: uma mulher oriunda da civilização, Linda, e o filho dela, John. Bernard pensa que pode conquistar o respeito de sua sociedade se lhes apresentar John. O livro segue com o choque que John sente diante daquele mundo, e é permeado de citações de Shakespeare - inclusive no título, retirado de um trecho da peça A tempestade.

1984, de George Orwell (1949)
Narra uma sociedade oligárquica e repressora no ano de 1984. O protagonista é Winston Smith, homem que vive uma vida insignificamente e trabalha perpetuando o regime através da falsificação de documentos e jornais a fim de que o governo esteja sempre correto. Cada vez mais desiludido com sua existência miserável, começa a se rebelar contra o sistema
quando começa a interessar-se por sua colega de trabalho Julia - em um ambiente em que sexo, senão para procriação, é considerado crime. Ao mesmo tempo, Winston é cooptado por O'Brien, um burocrata do círculo interno do IngSoc que tenta fazê-lo não abandonar a fé no Grande Irmão - que vigia cada pessoa dessa sociedade através de teletelas presentes em todo lugar, inclusive em suas casas.

Laranja mecânica, de Anthony Burgess (1962)
Ambientado em uma Inglaterra futurista mas com elementos retrô e bastante próximos à realidade, como a violência das gangues, Laranja mecânica é cultuado também na versão para cinema dirigida por Stanley Kubrick em 1971. Conta a história do depravado e inocentemente mau Alex DeLarge - segundo o The New York Times, "a pureza de sua maldade ilumina seus atos como um halo grotesco" - que, após supostamente assassinar uma senhora, é preso utilizado como cobaia no Tratamento Ludovico, método desenvolvido pelo governo para eliminar impulsos destrutivos e violentos.
Até que ponto o combate da violência não passa a ser uma espécie de lavagem cerebral? É válido tirar o livre-arbítrio e a personalidade das pessoas para poder controlá-las? Essas e outras questões são discutidas no livro, narradas pelo carisma de Alex.
Para o vocabulário de seus personagens, Burgess criou a linguagem nadsat, com palavras derivadas do russo e do cockney (linguajar da classe operária britânica), repetições típicas das crianças e um toque de inglês shakespeariano.

1 comentários:

Rodka disse...

fahrenheit 451 podia fazer parte da lista

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