Pages

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

VOCÊ INDICA: Emma



"Emma é uma novela da autora inglesa Jane Austen ,publicada pela primeira vez em 1815, e que resistiu à prova do tempo não só entre os estudiosos da literatura, mas também entre os fãs de leitura mais descompromissada. O humor refinado de Jane Austen, que ironiza sutilmente os costumes e normas de sua época, e suas heroínas e mocinhos que, mesmo fugindo do padrão romântico e tendo seus defeitos, conquistaram gerações e parecem continuar alimentado a paixão pela obra da autora.
Em Emma acompanhamos as desventuras da personagem principal, que tem como passatempo apresentar pessoas e incitar romances. De personalidade caprichosa, Emma assiste suas conspirações fugirem de controle. É aí que seu amigo de longa data, Mr. Knightley, intervém, e um desfecho ainda mais surpreendente encerra o livro.
A obra já recebeu diversas adaptações para televisão e cinema. A mais famosa é a versão de 1996, com Gwyneth Paltrow como a personagem principal e direção de Douglas McGrath. O livro é, como toda a produção da autora, indispensável para os amantes da literatura britânica."

Gabriela Pelozone, 19 anos - Araraquara, SP.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ESPECIAL: A Trindade Distópica.

O estilo mais célebre e aclamado de ficção científica, distopia (ou antiutopia) é, basicamente, uma "utopia negativa" - futuros ou sociedades alternativas caracterizadas por totalitarismo, autoritarismo e opressão. São usadas pelos escritores como avisos ou sátiras, mostrando os piores aspectos da sociedade e das pessoas.
Com séries como Jogos vorazes, de Suzanne Collins, e Feios, de Scott Westerfeld, a distopia caiu no gosto dos jovens. Se você adora futuros alternativos e sociedades opressoras, vale a pela conhecer os três livros de ouro da ficção científica distópica, conhecidos como A Trindade Distópica. Você já ouviu falar deles - o que está esperando para lê-los?

Admirável mundo novo, de Aldous Huxley (1932)
No futuro criado por Huxley,
as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamentea viverem em harmonia com as leis e regras sociais, em uma sociedade organizada por castas. Qualquer dúvida ou insegurança dos cidadãos é dissipada com o consumo da droga sem efeitos colaterais "soma", que mantém a aparente felicidade e tranquilidade. Não existe o conceito de família e as crianças são educadas dentro do sistema desde o nascimento, através, por exemplo, de mensagens que escutam enquanto dormem. Fora dessa sociedade controlada, porém, existem os chamados "selvagens" - semelhantes às atuais reservas indígenas -, grupos que vivem mais de acordo com os modos de nossa realidade.
Bernard Marx, da sociedade "civilizada", encontra dois selvagens: uma mulher oriunda da civilização, Linda, e o filho dela, John. Bernard pensa que pode conquistar o respeito de sua sociedade se lhes apresentar John. O livro segue com o choque que John sente diante daquele mundo, e é permeado de citações de Shakespeare - inclusive no título, retirado de um trecho da peça A tempestade.

1984, de George Orwell (1949)
Narra uma sociedade oligárquica e repressora no ano de 1984. O protagonista é Winston Smith, homem que vive uma vida insignificamente e trabalha perpetuando o regime através da falsificação de documentos e jornais a fim de que o governo esteja sempre correto. Cada vez mais desiludido com sua existência miserável, começa a se rebelar contra o sistema
quando começa a interessar-se por sua colega de trabalho Julia - em um ambiente em que sexo, senão para procriação, é considerado crime. Ao mesmo tempo, Winston é cooptado por O'Brien, um burocrata do círculo interno do IngSoc que tenta fazê-lo não abandonar a fé no Grande Irmão - que vigia cada pessoa dessa sociedade através de teletelas presentes em todo lugar, inclusive em suas casas.

Laranja mecânica, de Anthony Burgess (1962)
Ambientado em uma Inglaterra futurista mas com elementos retrô e bastante próximos à realidade, como a violência das gangues, Laranja mecânica é cultuado também na versão para cinema dirigida por Stanley Kubrick em 1971. Conta a história do depravado e inocentemente mau Alex DeLarge - segundo o The New York Times, "a pureza de sua maldade ilumina seus atos como um halo grotesco" - que, após supostamente assassinar uma senhora, é preso utilizado como cobaia no Tratamento Ludovico, método desenvolvido pelo governo para eliminar impulsos destrutivos e violentos.
Até que ponto o combate da violência não passa a ser uma espécie de lavagem cerebral? É válido tirar o livre-arbítrio e a personalidade das pessoas para poder controlá-las? Essas e outras questões são discutidas no livro, narradas pelo carisma de Alex.
Para o vocabulário de seus personagens, Burgess criou a linguagem nadsat, com palavras derivadas do russo e do cockney (linguajar da classe operária britânica), repetições típicas das crianças e um toque de inglês shakespeariano.

DICA: Crime e castigo.

Raskólhnikov é um jovem pobre, ex-estudante da universidade, que vive nos bairros marginais de São Petersburgo. Dono de uma mente febril, convence a si próprio que, devido à sua extrema miséria, está isento de qualquer lei moral. Porém, quando resolve colocar a teoria à prova, as coisas não saem como o esperado, e ele sofre miseravelmente. "Crime e castigo", parece dizer o romance, são duas faces da mesma moeda, duas realidades indissociáveis que brotam da mesma semente.

Publicado pela primeira vez em 1866, o romance mais consagrado do escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821 - 1881) é um clássico do romance psicológico e continua mexendo com a mente de milhares de leitores.
Com mais de 500 páginas e com uma linguagem rebuscada, o livro assusta quem não está acostumado com esse tipo de literatura - mas, por sua genialidade e pela tensão presente em cada página, pode ser uma ótima porta de entrada para a alta literatura. O romance exige uma leitura atenta, o que não é difícil: o suspense é forte na obra, e o leitor fica preso ao livro não apenas por sua força psicológica, mas também pelas reviravoltas da trama.

Uma dica: a maior reclamação dos leitores quanto às edições brasileiras de Crime e castigo se refere à tradução. A edição mais recomendada é a da Editora 34, que traz a elogiada tradução direta do russo de Paulo Bezerra - infelizmente, a mais cara. Outra ótima opção é a de bolso da L&PM, facilmente encontrada por menos de R$ 20.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

OBRAS DE: Jane Austen.

Jane Austen (Steventon, Inglaterra, 16 de dezembro de 1775 - Winchester, Inglaterra, 18 de julho de 1817) é, até hoje, uma das mais importantes escritoras da literatura inglesa. Seus livros podem, à primeira vista, parecer simples histórias de amor, mas por trás disso a ironia de Jane critica a sociedade em que vivia. Popular até hoje, a inglesa é um dos poucos exemplos de autores clássicos que tiveram fama ainda em vida.
Mesmo quem ainda não leu um de seus livros conhece Jane Austen por causa das inúmeras versões para cinema de suas obras. O filme mais recente é a aclamada versão de 2005 de Orgulho e preconceito, estrelada por Keira Knighley e Matthew MacFadyen.

Razão e sensibilidade (1811): O primeiro livro de Austen conta a história das irmãs Elinor e Marianne Dashwood. Quando o pai delas, sr. Dashwood morre, a propriedade da família vai para John, meio-irmão delas, levando as mulheres Dashwood a passar por diversas circunstâncias. As irmãs Dashwood se mudam para outra casa, mais simples e distante, o que traz a elas novos relacionamentos. O contraste entre as irmãs, mostrando Elinor mais racional e Mariane mais emotiva e passional, é resolvido quando cada uma encontra, à sua maneira, a felicidade.

Orgulho e preconceito (1813): O grande favorito dos leitores, mostra como Elizabeth Bennett lida com as quatro irmãs, a mãe louca para arrumar casamentos para todas elas e a sociedade aristocrática do início do século XIX em que vive. Elizabeth é a segunda de cinco filhas de um proprietário rural na cidade fictícia de Meryton, em Herfordshire, Inglaterra. Decepcionada com toda a tolice e desespero que envolve casamentos, Elizabeth não está muito empolgada em ser a esposa de alguém. Até que conhece Mr. Darcy, um homem riquíssimo e, à primeira vista, extremamente arrogante.

Mansfield Park (1814): Conta a história de Fanny Price, uma garota pobre criada por seus tios ricos. Muito tímida, recatada e prestativa, Fanny nutre secretamente um amor por seu primo Edmund, que, apesar de muito afetuoso, não corresponde a seus sentmentos. No entanto, a protagonista acaba por cativar o rico e mulherengo Mr. Crawford, que, apesar da falta de dinheiro de Fanny, decide se casar com ela, e não mede esforços para ganhar o coração da moça.

Emma (1815): Emma Woodhouse, aos 20 anos, é uma bela, privilegiada e mimada inglesa que vive na propriedade fictícia de Hartfield, em Surrey, com seu pai hipocondríaco. O amigo e único critico de Emma, o gentil George Knightley, é seu vizinho no condado de Donwell, e irmão do marido de sua irmã mais velha, Isabella. Quando o romance inicia, Emma está presenciando o enlace de Miss Taylor, sua melhor amiga e antiga governanta, com Mr. Weston, casamento esse que foi possibilitado pela ação de Emma, o que a leva a tomar a decisão de manipular a vida das pessoas com a função de planejar e promover aproximações e casamentos.

A Abadia de Northanger (1818 - póstuma): Catherine tem uma imaginação desenfreada devido às leituras dos romances de terror de Ann Radcliffe, escritora famosa à época, autora de Os mistérios de Udolpho e O italiano. É o livro mais satírico de Austen: Catherine é mais ingênua do que o aceitável, seu amado Henry é a personificação exagerada de todas as virtudes masculinas, os amigos são falsos, interesseiros e fúteis.

Persuasão (1818 - póstuma): Aos 19 anos, Anne Elliot se apaixonara pelo pobre, mas ambicioso jovem oficial da marinha, Frederick Wentworth. A família de Anne não concorda com essa relação e a convence romper seu relacionamento. Após oito anos, Anne reencontra Frederick, agora um rico capitão da Marinha, cortejando sua amiga e vizinha, Louisa Musgrove.

Jane Austen publicou também três trabalhos curtos, em que experimenta estilos diferentes de seu habitual. A novela epistolar Lady Susan é sobre uma esnobe sem escrúpulos que brinca com os afetos de vários homens. The Watsons traz a espirituosa heroína Emma, que perde a oportunidade de um casamento por causa do orgulho e de sua falta de dinheiro. Escrito nos últimos meses de sua vida, Sanditon é um romance inacabado. Mostra a vida num recém-criado resort à beira-mar, povoado de hipocondríacos e especuladores.

RESENHA: Jogos vorazes.


Jogos vorazes, de Suzanne Collins
400 páginas - Editora Rocco, 2010

Cotação: *****



Em um futuro não identificado, a nação de Panem - uma poderosa Capital e treze distritos a seu redor - ergueu-se nas ruínas do que um dia foi a América do Norte.
Cansados da opressão, os distritos se rebelaram contra a Capital. Foram massacrados (o 13° distrito foi extinto) e, como castigo e recordação de sua fraqueza, a Capital instituiu os Jogos Vorazes, um cruel duelo entre um garoto e uma garota entre 12 e 18 anos de cada um dos doze distritos em uma arena - os tributos. A batalha, entre eles e pela sobrevivência, é transmitida ao vivo por todo o país - uma versão sanguinária do Big Brother.
Katniss Everdeen tem 16 anos e mora no Distrito 12, o mais pobre. Depois da morte do pai, é ela quem toma conta da irmã caçula, Prim, de doze anos, e da mãe. Katniss se tornou caçadora para não morrer de fome, é destemida e detesta o poder que a Capital tem sobre o distrito.
Prim é sorteada para os 74º Jogos, e Katniss, sem hesitar, se oferece para ir em seu lugar. Como um tributo, a garota começa a descobrir que a crueldade e o poder da Capital vão ainda mais além do que ela imaginava.

Com uma narrativa simples, crua e envolvente, Suzanne Collins transmite bem sua mensagem em Jogos vorazes: o leitor se sente preso à história e, ao mesmo tempo, sente um certo mal-estar por estar acompanhando tanta crueldade e esperando pela próxima morte.
Suzanne não perde muito tempo construindo seus personagens - mas o suficiente para você se apegar a eles -, e é fácil identificar as reviravoltas que a trama terá. Mesmo assim, é uma leitura agradável e intensa, e ganha pontos por trazer a distopia - um dos temas mais aclamados da ficção científica - para o universo dos livros para jovens adultos, sem perder a crueldade e o desespero típicos de narrativas distópicas.
Jogos vorazes é o primeiro volume de uma trilogia composta também por Catching fire e Mockingjay. Ainda não há previsão de lançamento dos outros dois volumes em português.


Gostou desse livro?
Antes mesmo de publicar Carrie, o mestre do horror Stephen King escreveu cinco novelas sob o pseudônimo de Richard Bachman, recusadas por sua editora. Quatro delas foram publicadas em um único volume, intitulado Os livros de Bachman. Duas delas tem uma premissa bastante parecida com a de Jogos vorazes e uma narrativa ainda mais cruel.
Em A longa marcha, acompanhamos cem jovens que participam do evento desportivo anual realizado pelo governo dos Estados Unidos, saindo da fronteira do Maine com o Canadá em direção ao Sul. Não há ponto de chegada - a competição termina quando restar apenas um sobrevivente. Cada participante deve manter uma velocidade média de quatro milhas por hora e é avisado quando comete uma falta (quando andam muito devagar ou ficam mais que alguns segundos parados). Três faltas equivalem a receber balas na cabeça. O último que aguentar vivo tem como prêmio a realização de um desejo.
O concorrente se passa nos Estados Unidos do ano 2025, quando a economia do país está em ruínas e a violência aumenta cada vez mais. Ben Richards, o protagonista, participa do reality show que dá nome ao livro em que os concorrentes, que podem ir a quaquer lugar do mundo, são perseguidos por caçadores contratados para matá-los.

Mariana González, 20 anos, e Isabele Sonda, 18 anos, alunas de Jornalismo da Famecos - PUCRS. Criamos este blog como um projeto para a aula de Comunicação Comunitária da professora Neka Machado.

Nosso objetivo no Bookworming é falar de literatura para adolescentes e jovens adultos. Lançamentos, resenhas, dicas - tudo para que quem ama os livros possa mergulhar cada vez mais fundo nesse universo.